quarta-feira, abril 23, 2008

Mea culpa...

Serve este post para pedir desculpa aos estimados leitores, habituados à minha resposta pronta, por não dar réplica nas caixas de comentário há já algum tempo... Em boa verdade, o motivo prende-se com o excesso de trabalho que tem recaído sobre os ainda jovens ombros deste que vos escreve. Vou procurar corrigir o lapso, temporário.

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segunda-feira, abril 21, 2008

Antigos Alunos de Dom Bosco

Descobri inadvertidamente, através do Technorati, a muito simpática referência do blogue da Federação Portuguesa de Antigos Alunos de D. Bosco ao Caderno de Corda, que desde já apoia as iniciativas daquele espaço de convergência comum aos antigos alunos salesianos, dos quais sou fielmente um.
Assim sendo, brioso, o Caderno de Corda informa os estimados leitores de que foram adicionados à lista de links desta casa o blogue e o site da Federação Portuguesa de Antigos Alunos de Dom Bosco.

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De regresso a Lisboa

Lisboa, Rossio. Foto de Michael Pilitsis. DAQUI

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domingo, abril 20, 2008

Poemas da Terra Nova III

Poderei escrever como se sentisse o que há pouco me fez pensar?
Como exprimi-lo sem que finja tê-lo simultaneamente no coração e no pensamento?
Agora que o encontrei, partiu;
Agora sinto-o; agora não,
e temo não sentir,
como se ausente de mim mesmo
pudesse deixar de existir,
apesar de vivo.
Não posso ficar na porta de embarque
- tenho de te cheirar, ó vida, como a uma grande maçã viçosa.
Estou a meio no retrato
com o mundo à minha volta,
mas não passo de um bichinho
com universos dentro de mim.

Nova Iorque, 19 de Abril de 2008, 17h42

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sexta-feira, abril 18, 2008

Poemas da Terra Nova II

Mixed foods; mixed tastes;
the salt and the bell peppers,
drawn in a piece of paper.

The hoods and the waste;
the spreading innocence of beggars,
pawns redeemed by hunger, misplaced.

Pawns of the hills,
children of the night,
forgotten sons of orgasmic chills,
orphans of their men-given rights.

San Francisco, April 17th, 2008
Photo: Ron Niebrugge

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quinta-feira, abril 17, 2008

Poemas da Terra Nova I

Néons imperativos rasgam o silêncio monocromático da noite. Supremo, jovem. Uma cerveja belga, rubi, fumo livre atrás de grades. Indecisos, cantores sem voz, poetas de rua, negros de latão, betão e esmola, contando verdes de dólar, que ser pobre aqui exige dotes de gestão, ainda que dormindo capitalmente no chão, como em Lisboa ou Praga, junto a uma porta morta, na rua, num relentado vão de escada. E as semelhanças não se quedam numa ponte, nem nas portas, nem nos latinos nomes, que o primeiro franciscano reconhecido - de Assis herdado epíteto - é neto de portuguesa, com ares de Carlos Paião.
S. Francisco, 16 de Abril de 2008
Foto: Ron Niebrugge

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terça-feira, abril 15, 2008

Estou aqui; estou em São Francisco


Foto de Ron Niebrugge. DAQUI. "H" de "here we go"?...

Estimado Leitor:
O Caderno de Corda poderá, ou não, sofrer uma quebra de publicação por consequência de uma viagem inesperada ao Estado norte-americano da Califórnia, com pit stop em Newark e destino em São Francisco.
Julgo que terei tempo para visitar a cidade, tida por muitos como a mais bonita dos EUA. No programa está uma ida obrigatória a Palo Alto, junto ao Silicon Valley, ambos centros nevrálgicos da mais alta investigação e conhecimento científicos. As pontes Golden Gate e Bay estão no itinerário. Yerba Buena e Treasure Island também. Chinatown e California Street (a das encostas das perseguições de carros voadores em filmes prodigiosos de inumeráves que são) estão ali ao pé-de-semear, perto do hotel.
Tentarei bater Alcatraz, de Charrière e Al Capone, mas não vou falhar, de maneira alguma, a City Lights Books, na Columbus Avenue, entre a Broadway e o Jack Kerouac Alley. Estou a pensar em São Francisco como o coração indomesticável da contracultura norte-americana desde o início da segunda metade do século passado, atingindo o clímax com o Verão do Amor, em 1967. Mas nem por isso me fascina pensar na cidade como núcleo de hippies - nem de homossexuais, é certo (um em cada cinco machos não o são exactamente).
Em boa verdade, fascina-me sobremaneira hanging around por ruas e avenidas onde a Geração Beat incendiou as palavras em coffeehouses. São Francisco epicentro da arte e do activismo liberal... I truly like it, dear reader.
Vou em trabalho. Parto hoje, daqui por poucas horas, e ainda não fiz a mala. No Hilton terei, por certo, acesso a Internet. Vou procurar estar atento e, quiçá, escrever Poemas da Terra Nova. Volto no domingo, mas não me acordem. O fuso horário é de oito horas...

'Té já.

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domingo, abril 13, 2008

Torre de Babel, de Pieter Brueghel, o Velho

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Sondagem Cordiana IX: Concorda com o Acordo Ortográfico?

Concorda com o Acordo Ortografico?

Sim. A maior parte das pessoas nao escreve correctamente, pelo que mudar a lingua nao seria grave.

Se as pessoas nao sabem escrever, em vez de se fomentar o ensino da lingua, muda-se?! Nunca!

Sim. A lingua portuguesa tem de estar entre as cinco mais faladas do mundo.

Nao. Se a pronuncia de cada pais se mantem, porque mudar a ortografia?!

Sim, o Acordo esta "otimo"!

Nao - e estou a roer-me por dentro porque o PollCode nao permite acentos nas palavras!...

Sim. Por outras razoes, que exporei na caixa de comentarios.

Nao. Por outras razoes, que exporei na caixa de comentarios.

Nao tenho e nao quero ter opiniao sobre o assunto

pollcode.com free polls

Veja AQUI o que muda, em termos práticos, com a ratificação do Acordo Ortográfico.

À tua, Pinto! ;)

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sexta-feira, abril 11, 2008

Pausa para descanso. Serra Pelada, Brasil, 1986. Foto de Sebastião Salgado

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Quatro Haiku, Um Monóstico e Um Dístico

Sei que me enganaste;
pois eis a surpresa
- impalpáveis cinzas sobre a mesa.
Os pássaros cantam
no escuro
- manhã chuvosa.
Baixa, a lua, gemada,
sobre a acalmia
de uma casa de campo.
O sabor da chuva
pela matina
- porquê prostrar-me?

Os cães uivaram com razão aparente.

Quantos de nós têm de foçar
na miséria para fazer um rico?


A Jack Kerouac

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quarta-feira, abril 09, 2008

Terceiro Olho

Tenho oculta na testa a visão;
os olhos esfaqueados por um clarão
que cindiu em dois a noite.
Separam-nos gumes,
dividem-nos cores,
credos, corpos, alegrias e amores.
Uns dilaceram carnes;
outros plantam legumes.
Aqueles dormem com os vermes;
estes espargem vaga-lumes.
Uns estão pelas baleias
e seus subaquáticos queixumes;
outros, pelas balelas
de fanáticos e energúmenos.
Separam-nos futilidades e adereços;
castas, batas, idades e berços...
Mas quando, um pouco mais tarde que agora,
me tingi de rubra revolução,
tentaram antecipar a minha hora,
sufocar-me pela boca, secar o meu coração.

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terça-feira, abril 08, 2008

Novos links

Imagem DAQUI
Como vem sendo hábito, o Caderno de Corda publica posts de celebração de entrada de novos links. De costume, fá-lo atempadamente... Desta vez, o post chega com algum delay, mas mais vale tarde que nunca.
Assim, o Caderno de Corda tem a honra de notificar os estimados leitores de que quatro novos links foram adicionados à lista. São eles o blogue Ritacor e o site Dressing Fairytales, ambos da talentosa e dotada artesã escalabitana Rita; o blogue Poesia Distribuída na Rua, uma já importante plataforma poética na blogosfera lusa, pela pena do amigo Rui Almeida, e o aparentemente muito controverso Gostar à Bruta, do Bibi, outro amigo escalabitano - controverso qb, com bom gosto.

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segunda-feira, abril 07, 2008

"Pôr a Escrita em Noite" n' A BOLA de hoje



Com um especial agradecimento a António Simões, João Alves da Costa, José Martins Morim e Carlos Rias.

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sexta-feira, abril 04, 2008

Crónica de João Castanho (estrofe VIII)

João Castanho tinha dois varões e uma filha.
Trabalhava para dar-lhes o que não podia.
Honesto, previdente, não esquecia a família.
Por eles era um pai ausente em tristezas e alegrias.

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quinta-feira, abril 03, 2008

Imagem da desconhecida curta-metragem “A Conversa dos Outros”, de Constantino Martins e Nuno Lisboa, cujo único conceito assenta no registo de conversas telefónicas tidas por imigrantes brasileiros numa cabina na Ericeira. Imagem DAQUI

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Crónica de João Castanho (estrofe VII)

No entanto, João Castanho era homem de palavra.
Dormia pouco, no meio quarto da semibarraca.
Comia menos, embora muito feijão com arroz,
mas ligava sempre aos pais, de cartão, tocando-os com a voz.

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A Eagle Nebula está a sete mil anos-luz da Terra. Curioso... especialmente se pensarmos nos seus três Pilares da Criação...
Foto: T. Rector e B. Wolpa, NOAO/AURA/NSF

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quarta-feira, abril 02, 2008

Esta Noite Saí

Esta noite saí para levar
uma estrela aos teus olhos.
Saí para te ter de vigília,
aconchegando-te sob um manto de luar.

Saí para te ver dormir,
para estar na tua noite de vultos,
debaixo das tuas pálpebras brancas,
beijadas por meus lábios de luz.

A Fabi

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terça-feira, abril 01, 2008

Coronel Luís Alves de Fraga processado por críticas tecidas ao péssimo atendimento do Hospital da Força Aérea no blogue Fio de Prumo

No Diário de Notícias do passado dia 29 de Março, dá-se conta de uma notícia verdadeiramente insólita e, no mínimo, de contornos fascistóides.
Segundo o jornal, a Força Aérea Portuguesa (FAP) instaurou um processo disciplinar contra o meu muito estimado Professor e amigo Coronel Luís Alves de Fraga por críticas feitas às "longas filas" de militares que querem marcar consultas no Hospital da Força Aérea.
A nota de culpa foi entregue quinta-feira a Luís Alves de Fraga, autor do blogue Fio de Prumo, por aí ter responsabilizado (a 12 de Fevereiro) as chefias da FAP pelas filas que atravancam a entrada do Hospital - visíveis nas fotos exibidas AQUI - por militares reformados.
"As chefias responsáveis (...) já deviam ter tomado medidas contra tal estado de coisas", frisou o estimado coronel, questionando-se depois se "não serão os Serviços do Estado-Maior da Força Aérea competentes para estudarem e resolverem o problema da marcação das consultas do Hospital".
Alves de Fraga, professor na Universidade Autónoma de Lisboa, fez depois comparações com o passado: "A atitude das chefias [actuais] é diferente, porque não tendo coragem ou, tendo-a, não querem dar dela público manifesto, dão, assim, mostras de uma subserviência ao poder político que envergonha a tropa que comandam."
O autor não poderia estar mais certo. Ainda assim, a nota de culpa da FAP declara que aquelas afirmações violam o Regulamento de Disciplina Militar (RDM) por ferirem a dignidade, a honra e o bom nome das chefias da FAP e, em particular, do seu chefe do Estado-Maior, sendo atentatórias da coesão e disciplina na FAP e denotando desrespeito por aqueles generais e pelos cargos que ocupam, revelou ao DN o advogado de Alves de Fraga, Emanuel Pamplona.
"A nota de culpa e o processo disciplinar levantado contra um militar fora do serviço efectivo e há muito na situação de reforma, com fundamento nos motivos acima explicitados, é ofensiva dos mais elementares direitos constitucionais dos cidadãos e até do regime democrático", denunciou Emanuel Pamplona. O advogado garantiu ao DN estar-se perante "um problema de liberdade de expressão", onde o recurso ao RDM pela FAP visa "humilhar publicamente alguém que, pela sua verticalidade, coragem e saber merece a consideração de todos".
Atentemos a isto: Luís Alves de Fraga deu sinal de alerta para uma situação que causa desconforto a utentes do hospital em posição de debilidade e sofrimento; procurou dar nota do deficiente atendimento à generalidade daqueles militares. Fê-lo, com grande sentido de cidadania, em abono do bem-estar de todos. Em troca, foi processado, reprimido, ao invés de consideradas as suas palavras atentas. E isto de um jeito antidemocrático e abusivo. Ao contrário de procurarem eliminar rapidamente a deficiência relatada, os responsáveis tentam amordaçar o mensageiro.
Depois de, nos últimos dois anos, terem sido levantados 50 processos disciplinares a militares na efectividade do serviço - alguns deles já castigados por exercerem os seus direitos cívicos consagrados na lei -, é a primeira vez que esta onda repressiva chega a um militar na situação de reforma.
"O comandante é responsável por tudo o que na sua unidade se faz ou deixa de fazer". Assim sendo, as autoridades que superintendem os referidos serviços não podem alijar responsabilidades pelo que de menos bom neles ocorra. E, num funcionamento normal, elas sabem – ou pelo menos devem saber - o que se passa, e devem tomar medidas para corrigir o que exigir correcção.
O Governo e os seus agentes no interior das Forças Armadas optam, em pleno século XXI, pela repressão, mesmo sobre aqueles que estão na posse de todos os seus direitos constitucionais, em plena igualdade com os restantes cidadãos. Por isso devemos denunciar castigos desta natureza.
Peço aos estimados leitores e bloggers para que apoiem o Coronel Luís Alves de Fraga, por força da preservação das nossas próprias liberdades. Defendermos a liberdade do nosso semelhante é defendermos a nossa liberdade.

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Crónica de João Castanho (estrofe VI)

Escrever não era mister que agradasse.
Antes punha pronto mãos à obra,
que o pensamento tartamudo em impasse
- naufrágio de palavras que à eloquência da força soçobram...

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