sexta-feira, janeiro 29, 2010

Desassossego

A estagnação de tudo o que, vivo, só passa, não deixa de espantar-me, que vivo não passo e constituo o cosmo cataclísmico dos céus entornados sobre a desconsolação dos meus mundos de poeta que nascerá depois de morto, como o Sr. Verde, empregado no comércio, ou o Sr. Pessoa, guarda-livros. E eu precisei do Livro do Desassossego para escrever estas linhas.

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terça-feira, janeiro 26, 2010

"Universo de 1", versão 2000, já disponível no Reverb Nation

Recentemente prometia, AQUI, adicionar doseadamente ao player do Reverb Nation velhas canções que foram escritas, tocadas, cantadas e gravadas por mim num passado já algo longínquo, e que serviram e servem o vasto reportório dos Baby Jane.
Hoje acrescento à playlist a canção "Universo de 1", que ao momento surgirá em sexto, logo após o também já velhinho tema "Italian Wool". "Universo de 1" foi escrito em 1999 e gravado em 2000, mas nunca integrou qualquer maquette dos Baby Jane.
Nas gravações deste "Universo de 1" embrionário contei com a participação do meu Irmão Paulo Amaral na bateria, que é, aliás, como alguns saberão, o baterista dos Baby Jane. A mistura é do João Martins, na desarrumada garagem do Carlos, dos "Beringelas". Gravei eu as vozes, as guitarras, o baixo e instrumentação adicional, além de ter produzido. Através DESTE LINK pode também ouvir-se "Universo de 1", versão 2000, isoladamente.

* Universo de 1 (letra) *

Se tudo fosse meu...
o poder de ter o teu e então brincar
no dorso de um animal,
uma cenoura num fio
como um telejornal

No mundo visual,
cor daquilo que se é ou se pertence...
e sem saber, já se tem religião
como o político que ganhou a eleição

Temos de entrar para poder sair
Partir é chegar e chegar será sempre partir

Se tu pudesses ver
além daquilo que se pode ter,
como átomo e electrão...
pode ser...
como a terra e o sol,
ou inverter...
a escala é nossa invenção,
como dizer?...
tudo isto é anzol
e tubarão

Temos de entrar para poder sair
Partir é chegar e chegar será sempre partir

Temos de entrar para poder sair
Partir é chegar e chegar será sempre a partir,

sempre a partir...

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sexta-feira, janeiro 22, 2010

"Canção de Amor (Deriva/Ablução)" é a nova canção cordiana, em estreia aqui e agora




Ainda no início do mês estava eu AQUI a publicar "Por Aquela Estrada" sem imaginar que tão cedo voltaria a ter nova canção para mostrar ao mundo. Sei dizer que foi no passado dia 13 que, imbuído da minha própria pessoa e pensamentos, tive a ideia, o laivo embrionário que me levou a procurar naquela composição triste e ainda abstracta o que vem a ser a "Canção de Amor (Deriva/Ablução)".
Escrevi e compus em talvez quatro dias até à versão definitiva, que levou apenas dois ou três retoques na letra a posteriori. Entretanto, todo o processo de composição, prática e gravação de baixo e guitarras terá levado igualmente três ou quatro dias. Pelo meio, fiz no software Audacity os ambientes (chuva, vento, trovoada, mar, etc...). Ontem à tarde e ao início da noite concluí as vozes e masterizei. Hoje publico.
O ficheiro de upload, também disponível para download no Reverb Nation e no widget acima, é um Mp3 de apenas 192 kbps, o que reduz, naturalmente, a qualidade do som, mas é mais do que suficiente para se perceber o bom e o menos bom da canção. A secção de vozes permanece o maior berbicacho, especialmente quando pura e simplesmente não consigo reproduzir com a voz a música e os sons que tenho na cabeça. Com o baixo, que é um Rockson de 80 euros, vou fazendo o que posso numa escala muito larga e dura. Os pickups e as madeiras podiam ser infinitamente melhores, mas, por 80 euros, também podiam ser piores. De bom, vou tendo as guitarras, se bem que sempre com o processamento interno do Micro BR...
"Canção de Amor (Deriva/Ablução)" está, desde já, à cabeça de um conjunto de canções e experiências recentes totalmente a solo indexadas na minha página do Reverb Nation. O Caderno de Corda serve novamente de suporte para o lançamento (leia-se publicação) de uma canção inédita, publicada poucas horas depois de terminada a sua masterização. Como membro da banda Baby Jane, devo sublinhar que o que aqui se ouve poderá servir, no futuro, de rascunho para adaptação da banda.
Por fim, e antes de concluir o post com a inserção da letra de "Canção de Amor (Deriva/Ablução)", reforço que esta e as outras gravações disponíveis no player acima foram, à excepção de Italian Wool (1999), inteiramente produzidas, gravadas, masterizadas, produzidas, you name it, num minúsculo four-track da Boss chamado Micro BR. As limitações são inúmeras se compararmos este sistema ao de um estúdio caseiro modestíssimo. Ainda assim, o Micro BR é uma pérola para mim e esta canção é mais um milagre da força de vontade. Aconselha-se o uso de headphones.

Todas as canções originais deste player estão disponíveis para download gratuito. Clique em "download".

* Canção de Amor (Deriva/Ablução) - letra *

Sei... não há canções de amor
Sei... nem há barcos do amor
sem onde
aportar

Quando as ondas da revolta
Quanto devora o mar devolve

Sei... não há canções de amor
nem há barcos do amor
sem tempestade

Sem carta de marear
dei as canções de amor
e a verdade nua

Sei que vais resplandecer
e ser a estrela de um outro céu
que não o meu

Mas podes dizer
que alguém te escreveu
uma canção de amor
e fui eu

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sexta-feira, janeiro 15, 2010

'Té Já

O meu segundo livro de poesia, cujo lançamento estava previsto para a primeira metade de Janeiro, está em conclusão dos trabalhos de grafismo e a aguardar pela versão definitiva da respectiva nota introdutória, cujo nome do autor prefiro guardar, para já, salvaguardando a possibilidade de a sua agenda se interpor à condução mais desejada desta nau ao melhor porto.

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quinta-feira, janeiro 07, 2010

Chegaram hoje os livros com o meu primeiro poema em brasilês

A informação de que os 10 exemplares do livro publicado no Brasil contendo um poema de minha autoria ("Crônica de João Castanho", com acento circunflexo) chegaram quase ilesos a Lisboa interessa particularmente aos cinco vencedores do concurso AQUI promovido pelo Caderno de Corda. Assim sendo, caso tal não se proporcione antes, a entrega dos prémios será realizada no próximo dia 27 de Março, data de aniversário deste blogue, que tem sido pontuada anualmente desde 2005 por um jantar já tradicional na churrasqueira "A Valenciana".

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segunda-feira, janeiro 04, 2010

"Italian Wool", versão 1999, chega ao Reverb Nation

Depois de finalizar "Por Aquela Estrada" e fazer o respectivo upload na minha página do Reverb Nation, tive a oportunidade de actualizar alguns elementos. Hoje, temendo pela longevidade e integridade de alguns CD's que contêm masters de muito modestas mas queridas maquettes gravadas, tocadas e cantadas por mim quase no tempo daquela senhora, fiz uma revisão da matéria (leia-se prateleiras) e reencontrei algumas dessas velhas gravações.
Assim sendo, julgo ser relevante a nota de que o player abaixo, no post em que anuncio a concretização do esquisso de "Por Aquela Estrada", inclui também, a partir de agora, a canção "Italian Wool", escrita em 1997 e gravada em 1999, que integra o EP "História de Um Vinho Azedo", dos Baby Jane, cujo famigerado lançamento prevê-se para o primeiro trimestre deste ano.
Pode ler-se AQUI a letra e a história possível de "Italian Wool", sendo de sublinhar que, para as gravações deste "Italian Wool" embrionário, contei com as participações de Tiago "Carraça" Rocha na bateria (o meu querido Sir Giant), de "Moisés" nas teclas (o meu querido Bernardo Rodrigues) e do baixista João Pestana, que não precisa de alcunha - mas nunca tive de acordá-lo. A mistura é do João Martins, na desarrumada garagem do Carlos, dos "Beringelas". Gravei eu as vozes, as guitarras, partes de teclas e instrumentação adicional, além de ter produzido. Através DESTE LINK pode também ouvir-se "Italian Wool", versão 1999, isoladamente.
Ainda quanto à canção "Por Aquela Estrada", mostrada à galáxia ontem em primeira mão pelo Caderno de Corda, devo dizer que, insatisfeito com o resultado final das vozes, prometo regravá-las com mais calma. A voz foi, de facto, a secção que menos tempo de dedicação e cuidados teve no processo, e isso nota-se com evidência.
Em breve prometo também adicionar, doseadamente, velhas canções que, como "Italian Wool", foram escritas, tocadas, cantadas e gravadas por mim num passado já algo longínquo, e que serviram e servem o vasto reportório dos Baby Jane.

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domingo, janeiro 03, 2010

Por Aquela Estrada - nova canção cordiana a encetar 2010



Há exactamente um ano, no dia 2 de Janeiro, publicava aqui mais um post de lançamento (mundial, diga-se!) de uma canção. A iniciar 2010, o Caderno de Corda tem novamente o prazer de apresentar a última canção da autoria deste que vos escreve, totalmente composta, tocada, cantada, produzida e masterizada por mim, em casa, apenas com uma uma guitarra, um baixo, um shaker e voz.
Mais uma vez, foi tudo gravado no Micro BR, da Boss, o estúdio digital mais pequeno do mundo - um four-track digital sobre o qual já escrevi (AQUI, por exemplo, quando o comprei) e que faz maravilhas, apesar de caber num bolso. Apenas a bateria é programada - o Micro BR tem um sequenciador de bateria, com centenas de padrões.
"Por Aquela Estrada" junta-se assim a algumas experiências anteriores totalmente a solo entretanto já indexadas na minha página do Reverb Nation. No player acima encontram-se agora à cabeça duas versões da canção, com duas masterizações distintas: uma mais cheia e compacta, a que chamei "dance hall mix", e outra mais viva mas menos impactante, a que chamei "live mix". O Caderno de Corda serve novamente de suporte para o lançamento (leia-se publicação) de uma canção inédita, publicada poucas horas depois de terminada a sua masterização. Como membro da banda Baby Jane, devo sublinhar que o que aqui se ouve poderá servir, no futuro, de rascunho para adaptação da banda.
De referir que todas as canções deste player estão agora disponíveis para download gratuito. Para tal, basta clicar em "download".

* Por Aquela Estrada (letra) *

Adivinhei o que vais dizer
como desfolhando um malmequer.
Bem me quer, muito pouco ou nada,
como se eu descesse só por aquela estrada

Onde o rio se torna verso
da margem errada
e nos separa...

Eis que não sei por onde ir
nem ao que vim sem te ver sorrir.
E ao sentir que o amor aparta
deixei-me ir por aquela estrada

Onde o rio se torna verso
da margem errada
e nos separa
num sentido inverso
à prosa da estrada
- um poema que em nós não acaba...

Onde o rio me tem submerso
e o poema acaba
na folha rasgada...

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