terça-feira, fevereiro 28, 2012

Fechado para obras. Literalmente.

terça-feira, fevereiro 21, 2012

domingo, fevereiro 19, 2012

Que Geração?

Os cotovelos acordavam magoados
e a pele, entre o nariz e as maçãs do rosto,
seca, escamada e encarnecida
por um longo sono
que evitasse pensar, sentir, comer, fumar.
Duas salsichas no frigorífico desligado
e a fome crua de uma dor de alma
por uma realidade outra
que aos homens deixasse puxar da terra o alimento
e viver sem prestar contas.
As salsichas, devoradas com as mãos
sem degustação nem prazer.
Prazer em nada.
Depressão. Sem actividade paroxística.
Disfunção pré-frontal.
Quadro difuso, demencial.
Alterações cognitivas e operativas.
Deterioração. Decadência. Solidão.
Alzheimer.
Prazer em nada.
As duas últimas salsichas de um desempregado só,
58 anos, jovem demais para a reforma;
velho demais para o trabalho.

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sábado, fevereiro 11, 2012

Baby Jane, a divulgação online do EP "História de Um Vinho Azedo" e as novas páginas

Como está bom de ver, a banda Baby Jane não chegou a concretizar a edição do EP "História de Um Vinho Azedo", que, gravado em 2007, foi divulgado apenas no passado dia 24 de Dezembro. A noite de Natal foi assim pretexto para pôr termo à asfixia insustentável a que o trabalho estava sujeito, guardado e esquecido numa gaveta, sem que o público o pudesse ouvir.
O Caderno de Corda, que tem sido, desde 2005, um dos suportes de informação da banda, divulga agora a nova página do grupo no Reverb Nation, sucedendo esta à página do MySpace, que, estranhamente, surgiu completamente desconfigurada de um dia para o outro. A isto acresce a criação de uma página no Facebook. Os links estão todos disponíveis em hipertexto nas linhas anteriores. Se clicar na imagem, acede directamente à página do Reverb Nation, que se tornou o site-mãe da banda. Abaixo segue um player com as seis canções que compõem o famigerado EP.



ComScore

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sexta-feira, fevereiro 10, 2012

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quinta-feira, fevereiro 09, 2012

Não Chores Junto à Minha Campa

Não chores junto à minha campa.
Eu estava no teu sangue e no teu suor
antes mesmo de existires.
Sou o olho de cristal da lua
sobre um ramo de lento Outono em cinzas
cujo tronco percorria até ti;
até aos aromas de fogo e sangue
derramado ao largo de ilhas tuas
que desnortearam náufragos.

Uma estrada divergia em duas
e não pude viajar por ambas.

Se aos poucos deixares de me amar,
eu farei o mesmo.
Se, de súbito, me esqueceres,
não me procures.
Já te terei esquecido.
Mas se o teu amor existe,
em mim nada será extinto em olvido
e o meu amor alimentar-se-á do teu.

Não te amo excepto porque te amo,
e vou de amar a odiar-te
apenas porque és tu quem preenche
a medida desse amor mutante,
que não existe senão cego por ti.

Esperança é a coisa com penas
que também canta sem palavras,
como o vento sopra todas as noites
onde no esquecimento quedarei.

Não chores junto à minha campa.
Não vou estar lá.

Inspirado pelo título do poema 'Don't Stand at My Grave and Cry', de autor desconhecido

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À Valenciana

Não foi aqui comentado como deveria, e o Caderno de Corda tem sido uma sombra do que em tempos foi, mas seja este o momento oportuno para dedicar algumas palavras de solidariedade para com a equipa do restaurante A Valenciana, em Lisboa, que foi parcialmente destruído no passado dia 14 de Novembro de 2011. Recordo que é ali que se realiza o jantar anual de aniversário do Caderno de Corda.
O incêndio deflagrou por volta das 18h15 num anexo do restaurante sito na Rua Marquês da Fronteira. As chamas destruíram a cobertura da churrasqueira, o soalho do sótão e a cozinha onde estava o grelhador. O sinistro, do qual não resultaram feridos, foi dominado cerca de uma hora depois. De momento não tenho qualquer informação acerca da reabertura d'A Valenciana, mas suponho que seja possível realizar-se ali o próximo jantar, na sua sétima edição, dia 26 de Março, como sempre.

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